Minha experiência com o Google Glass

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Há dois anos, em junho de 2012 na Conferência para desenvolvedores Google I/O, ocorreu a primeira aparição do Google Glass. O dispositivo baseado na tecnologia de realidade virtual prometia uma nova experiência ao realizar atividades rotineiras, como tirar fotos, gravar um vídeo, mandar e-mails e compartilhar conteúdo nas redes sociais.

Em pouco tempo o dispositivo criado pelo Google se tornou extremamente popular e aos olhos da mídia foi considerado uma “inovação tecnológica”!. Custando em torno de US$1,5 mil nos Estados Unidos, o equivalente a R$ 3 mil aqui no Brasil, o preço dos Google Glass é apenas um dos obstáculos que os óculos vem enfrentando.

Recentemente, tive a oportunidade de ter a minha primeira experiência usando o dispositivo e pretendo pontuar aqui, algumas das minhas impressões do Google Glass:

  1. Em relação à estrutura do Google Glass, a primeira impressão que tive é que ele é bem frágil. Trata-se de design simples e clean, porém, muito delicado. O fato da estrutura dos óculos ser dessa forma me faz questionar como o Google Glass pode ser usado em outros setores em que as tarefas são mais brutas. Esse modelo que eu experimentei, é uma das primeiras versões do dispositivo, e não as mais recentes como os modelos de ray-ban.
  2. Outra impressão que eu tive usando o Google Glass foi relacionada ao comando de voz. É muito legal utilizar esse sistema, especialmente em um dispositivo como o Google Glass em que o que é falado acontece diante dos seus olhos, porém, nem tudo é tão bom assim. O comando de voz do Google Glass é interessante, mas não entende tudo o que é dito. Na verdade, é preciso ter uma boa dicção, saber o inglês básico e principalmente, estar em um ambiente silencioso, pois o ruído em volta atrapalha bastante no entendimento do comando.
  3. Os outros comandos do Glass como: enviar e-mails, acessar a mapas, tirar fotos e produzir vídeos, são relativamente normais. Não há nada de extraordinário. A diferença de fazer essas coisas em um Google Glass e em um smarthphone, por exemplo, é que tudo acontece em uma tela muito pequena e com um pouco mais de dinamismo, porém, não são funcionalidades extraordinárias. O tempo de vídeo, por exemplo, são bem curtos,em torno de um ou dois minutos de gravação contínua, ou seja, não pense que é possível sair pelas ruas gravando horas interruptas de vídeo, porque isso não é possível.
  4. Uma característica muito legal de usar o Google Glass é a rápida mudança de foco. Para visualizar outros pontos e ao mesmo tempo ter essa percepção de realidade virtual, basta olhar para outro lugar que automaticamente o dispositivo compreende esse comando e também foca nesse mesmo ponto em específico. É prático e inteligente.
  5. O único momento desgastante que eu tive da minha experiência com o Google Glass, foi ao usá-lo com óculos de grau. Realmente as primeiras versões do gadget não são indicadas para quem usa óculos, a não ser que o seu modelo seja daqueles menores e com armação fina, caso o contrário eu não indico. Primeiramente o Google Glass não consegue se encaixar adequadamente no seu rosto se você estiver usando outro óculos, e isso dificulta bastante a sua visualização na tela de prisma, ou seja, a sua experiência utilizando um dispositivo de realidade virtual se torna desgastante e incomoda, mesmo com a tela de projeção sendo adaptada para virar para todos os lados. Todo o conceito de praticidade acaba se perdendo nesse ponto, por conta de um design muito restrito, porém, o Google já anunciou novos modelos do Google Glass que permitirão o uso de óculos comuns junto com o dispositivo.
  6. Outro impasse ao usar o Google Glass, é que um lado da haste é mais pesado do que o outro, isso porque, do lado direito do dispositivo está localizado a bateria, CPU entre outras peças do gadget. A realidade, é que essa sensação de peso não era para ser sentida, porque a bateria foi posicionada atrás da orelha do usuário justamente para não causar desconforto e até mesmo desequilíbrio, mas a realidade é diferente. Uma das primeiras impressões que se tem ao usar o dispositivo é que se você mexer a cabeça demais ele vai cair devido ao peso e isso quase aconteceu enquanto eu o usava, provavelmente parte do problema estava atrelado com o fato de eu estar o usando junto com o Google Glass o óculos de grau, dificultando o encaixe exato dispositivo.
  7. A resolução de imagem é realmente boa, especialmente das fotografias. Parte desse padrão de alta resolução é porque há uma projeção direta das imagens na retina do olho. Porém, em relação a captação de imagens das gravações em vídeo a resolução não é assim tão boa, isso caso você não mantenha sua cabeça parada. Ou seja, se o usuário estiver correndo ou fazendo qualquer outra atividade que envolva movimentos rápidos ou bruscos e quiser gravar alguma coisa enquanto pratica essa atividade, provavelmente o vídeo não terá uma qualidade tão boa quanto das fotos ou se o usuário o fizesse com menos movimento.

Conclusão da experiência:

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Minha conclusão sobre o Google Glass é que apesar de ser uma  tecnologia interessante e de conseguir proporcionar a chance de  realizar  tarefas comuns de uma maneira um pouco diferente,  ainda não deve ser considerado um dispositivo inovador. O  gadget em si, não é  sinônimo de  inovação e precisa inclusive,  melhorar em muitos sentidos  mas ao  mesmo tempo, não deixa  de ser uma  maneira singular de ver o  mundo e  de incentivar a c  criação de outros  produtos tecnológicos que partam  do  mesmo  princípio do Glass, mas que estejam direcionados para um outro  mercado ou talvez, que possuam uma estética mais adequada ao  perfil dos usuários que compõe a sociedade atualmente. Ele é  interessante, mas ainda não tem uma utilidade definida e tão pouca uma característica que possa ser considerado um diferencial.